Atualmente, vivemos a realidade de que apenas 3 a cada 10 empresas sobrevivem ao processo de sucessão familiar e que apenas 24% dos tomadores de decisão em empresas familiares possuem um plano de sucessão bem estruturado.
À frente da T4 Consultoria, com ampla experiência na área de consultoria para empresas de controle e Gestão Familiar, abordo sobre o melhor momento para a sucessão familiar e sobre os principais passos para uma execução de plano bem-sucedida.
Quando é o melhor momento para a sucessão familiar?
Quando questionado, friso que o melhor momento para a sucessão familiar é agora. Por envolver questões técnicas, familiares e emocionais, é crucial que sua estruturação seja minuciosa, levando em conta as complexidades do processo.
A sucessão familiar é essencial para as empresas, podendo influenciar diretamente seu sucesso ou fracasso em longo prazo.
Vale ressaltar que conforme o avanço da idade do fundador, os riscos de afastamento ou de perda do gestor são iminentes. Por se tratar de um processo complexo e longo, o ideal é que a empresa familiar se dedique à sua elaboração o quanto antes.
Muitos conflitos surgirão no momento de planejar a sucessão familiar, sendo indispensável que a cultura da empresa esteja bem consolidada antes do evento de transição de direção do negócio.
Para que se avance no processo do planejamento da sucessão familiar, responder a algumas perguntas é fundamental, como:
- Quais são as expectativas financeiras das famílias envolvidas?
- Qual é o nível de dependência financeira da empresa?
- Qual é a idade dos ocupantes de cargos-chave na empresa?
- Qual é o nível atual de preparação dessas pessoas?
- Quais são as diferenças no nível de preparação entre elas?
- Quais são as expectativas dos acionistas ou familiares que não participam da gestão?
Entre outras.
O processo de sucessão familiar exigirá planejamento, disciplina, estratégia e paciência de todos os participantes.
Planejando o quanto antes a sucessão familiar – Principais passos
O processo de sucessão familiar demanda a sensibilização de todos os envolvidos na gestão da empresa e reforço a importância da adoção de práticas de governança corporativa que ajudarão a nortear o processo, sendo o conselho consultivo o principal meio para isso.
Abaixo, confira os principais passos para uma sucessão familiar bem-sucedida:
Planejamento com antecedência
Esta é a etapa essencial para a sucessão familiar e envolve a identificação dos potenciais sucessores, assim como avaliar e identificar o perfil e as competências necessárias para liderar a empresa.
Além disso, devem ser estabelecidos critérios claros para a escolha do sucessor, baseados em competência, experiências e valores alinhados com o negócio.
Investimento no desenvolvimento e capacitação
Uma vez identificados os perfis dos sucessores é o momento de investir em sua formação e desenvolvimento de maneira que possam adquirir experiência nas áreas que compõem a empresa.
Ter o apoio de profissionais externos como é o caso do conselho consultivo é essencial para orientar e mentorar os futuros liderados.
Comunicação e Transparência
Manter uma comunicação aberta com todos os membros da empresa familiar é essencial, assim como comunicar aos stakeholders sobre o andamento da sucessão familiar.
Além disso, é essencial tornar claras as expectativas em relação aos papéis dos possíveis sucessores e dos membros do negócio a partir da nova direção do negócio.
Estrutura de governança sólida
Os conselhos (consultivo e de administração) são essenciais para garantir as práticas de governança e a longevidade do negócio.
Neste ponto, vale destacar os acordos familiares como instrumentos importantes para a formalização das regras e processos em torno da sucessão.
Transição gradativa
No geral, para a eficiência da sucessão empresarial, a transição ocorre gradualmente, ou seja, o futuro sucessor aos poucos vai assumindo as responsabilidades como gestor do negócio como meio de adaptação à nova realidade.
Nessa etapa se faz necessário implementar testes para analisar o desempenho do sucesso frente a desafios que demandam tomadas de decisões importantes.
Formalização
Todos os aspectos ligados à documentação legal da sucessão familiar compreendem essa etapa, que inclui transferência de poder e propriedade com o respaldo de documentos legais (testamentos, acordos de acionistas, etc.).
Obter orientação sobre o planejamento tributário e financeiro é crucial para a minimização de impactos fiscais e para garantir a sustentabilidade financeira no período de transição.
Gerenciamento de conflitos
Obviamente que no processo podem surgir conflitos, sendo assim, se faz necessário estabelecer mecanismos para a mediação e resolução de conflitos que surjam no processo de sucessão familiar.
Monitoramento e avaliação
A avaliação e feedbacks contínuos principalmente ligados aos impactos da transição na empresa são fundamentais, inclusive, para a realização de ajustes conforme a necessidade da empresa.
Para concluir, a longevidade da empresa familiar depende do planejamento sucessório, sendo assim, implemente o quanto antes.
Artigo de Marcelo Viana
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