Quando uma empresa planeja expandir, tornar a gestão profissional não é uma escolha, mas uma necessidade. No entanto, um dos principais desafios é a resistência dos sócios em transferir a gestão para profissionais externos.
Vivemos a realidade em que apenas 36% das empresas familiares sobrevivem à segunda geração, o que evidencia a necessidade de padronização em sua gestão e processos operacionais.
Saiba que é possível realizar a transição para uma gestão profissional em que todas as áreas do negócio sejam engajadas e se sintam seguras no processo.
Expansão da empresa familiar – por onde começar?
Marcelo Viana, à frente da T4 Consultoria e consultor especialista em empresas de controle e Gestão Familiar, aponta que embora a governança corporativa esteja associada à profissionalização e melhoria na gestão do negócio, não implica que a família deva sair da empresa.
É fundamental estabelecer processos que garantam a defesa dos interesses da empresa, os quais devem ser baseados na seleção dos profissionais mais qualificados para cada função, independentemente de laços familiares. Quando há uma estrutura de governança corporativa sólida, as decisões são tomadas de forma mais colaborativa e eficiente.
Quando o anseio é a expansão da empresa familiar, alguns passos são essenciais nessa jornada, como aponta o especialista:
Análise da capacidade de expansão
Em um primeiro momento é levado em conta se a realidade da empresa comporta o crescimento, assim como são levantados recursos financeiros, humanos e operacionais disponíveis.
Definição dos objetivos de expansão
Metas claras e realistas devem ser estabelecidas, assim como é primordial identificar novos mercados, produtos ou serviços a serem explorados.
Criação do Plano de Negócios
Trata-se da elaboração de um plano detalhado que inclua estratégias de marketing, operações, finanças e recursos humanos para orientar a expansão da empresa.
Profissionalização da gestão
Quando a empresa deseja dar novos saltos no mercado, é indispensável avaliar a necessidade de contratar profissionais externos para assumir cargos-chave e para orientar as melhores práticas de gestão e de governança corporativa que permitam uma transição tranquila e eficaz durante o processo de expansão.
“A jornada da governança geralmente começa com a criação de um conselho consultivo, que reúne a experiência de profissionais de diversas áreas para fornecer ao negócio os recursos necessários para evoluir e crescer no mercado”, acrescenta Marcelo Viana.
Investimento em tecnologia e inovação
Essa é uma ação indispensável com o intuito de melhorar a eficiência operacional da empresa, assim como para desenvolver novos produtos/serviços com a finalidade de também manter a competitividade no mercado.
Parcerias estratégicas
Oportunidades e a identificação de parcerias que possam ser estratégicas e impulsionar o crescimento do negócio, também é um fator indispensável quando se trata da expansão da empresa familiar.
Avaliação de riscos
A análise detalhada dos riscos no processo de expansão também é necessária, assim como a implementação de medidas para a mitigação desses riscos, o que garante a sustentabilidade e a segurança no processo de expansão da empresa familiar.
Monitoramento e avaliação
Métricas de desempenho e sistema de monitoramento contínuo devem ser estabelecidos para o acompanhamento do processo de expansão do negócio, assim como para a realização de ajustes, caso seja necessário.
Vencendo a insegurança diante do processo de profissionalização da gestão
A empresa familiar por si só é uma estrutura complexa principalmente devido aos relacionamentos familiares, sendo assim, dentre os principais fatores que desafiam o processo de profissionalização, estão:
- Conflitos de interesses – em que os sócios divergem em relação aos objetivos do negócio ou, em muitos casos, colocam seus interesses pessoais acima da empresa;
- Imparcialidade na gestão – essa tende a ser uma das qualidades mais escassas dentro da modalidade de empresas familiares, sendo comum que a tomada de decisões no negócio ocorra baseada em questões de relacionamento e não em critérios profissionais que sejam justos e equitativos;
- Resistências à mudança – sem dúvidas este é o “inimigo comportamental” mais comum que impede a expansão da empresa familiar, em que os sócios sentem-se desconfortáveis com o processo da mudança ou não conseguem confiar inteiramente em profissionais externos assumindo a gestão da empresa.
Marcelo Viana destaca o conselho consultivo como o passo importante para a sensibilização dos sócios e profissionalização da gestão, conferindo o “olhar externo” com visão estratégica, o que é crucial para direcionar o negócio de maneira objetiva na tomada de decisões e em concordância com seu propósito no mercado.
Enquanto os sócios podem compor o conselho administrativo da empresa, passo posterior à criação do conselho consultivo, auxiliando na tomada de decisões e na preservação da cultura e legado do negócio, profissionais externos assumem a diretoria da empresa, dedicando suas expertises e visão ampla de mercado em prol da expansão da empresa familiar.
Marcelo Viana destaca que a imparcialidade, ausente na gestão familiar pode ser suplementada pela atuação e perspectiva abrangente dos profissionais externos, o que resulta:
- Na identificação e na aplicação adequada das habilidades dos sócios;
- Alcance dos melhores resultados;
- No crescimento contínuo da empresa.
Já sobre confiar nos profissionais externos, enfatiza:
“Para confiar na gestão externa, é importante entender que ela faz parte do processo de profissionalização e que os profissionais contratados estão lá para contribuir com o melhor de suas habilidades em prol dos objetivos da empresa”, conclui.
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