A gestão de empresas familiares é desafiadora em diversos aspectos, porém um deles é crucial e tem sido cada vez mais discutido nos últimos anos: a questão comportamental, em especial, os malefícios do ego no ambiente corporativo.
É de conhecimento do mercado os dados de que 60% das empresas familiares fecham as portas antes de completar cinco anos, conforme pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), além disso, 70% das empresas encerram suas atividades após a morte de seu fundador e apenas 3% sobrevivem até a segunda geração.
À frente da T4 Consultoria, com ampla experiência na área de consultoria para empresas de controle e Gestão Familiar, abordo sobre o ego nas empresas familiares como um dos principais agravantes para o crescimento desse modelo de negócio.
Ego entre os principais desafios comportamentais em empresas familiares – Entenda
Gestão financeira, de processos, pessoas ou qualquer outra área em um negócio enfrenta um vilão invisível, mas de grande influência, principalmente sobre as lideranças empresariais, o ego. Aliás, vale a reflexão de que uma empresa é formada por vários egos e de que isso não pode ser ignorado na gestão familiar.
O ego nas empresas familiares é uma realidade e pode prejudicá-las de diversas maneiras. Dentre os principais malefícios que podem ser intensificados pelo ego, estão:
Conflitos de poder
É comum ocorrerem divergências de ideias e opiniões na administração de negócios em qualquer setor. Nas empresas familiares, essas divergências podem ser mais intensas devido ao envolvimento de relacionamentos familiares e quanto o fato ego está presente.
Falhas na comunicação
A hesitação em compartilhar informações, dificuldade em aceitar críticas e admitir erros pode levar a uma comunicação ineficaz, decisões equivocadas e dificuldades na resolução de conflitos.
Problemas na tomada de decisões
Quando o "ego assume o controle", os membros da família tendem a decidir com base em seus próprios interesses, resultando em escolhas arriscadas, investimentos imprudentes e em estratégias que comprometem o crescimento e sucesso do negócio.
Resistência à mudança
A questão comportamental pode levar os membros da família a resistirem à mudança, mesmo que seja essencial para a adaptação da empresa aos desafios do mercado e sua sustentabilidade em longo prazo. Essa resistência em adotar estratégias necessárias pode colocar em risco a sobrevivência da empresa no mercado.
Barrando o ego – soluções para o crescimento da empresa familiar
A profissionalização da gestão na empresa familiar é o principal caminho para evitar que problemas comportamentais impeçam o crescimento do negócio e a implementação do conselho consultivo é o primeiro passo para isso.
Destaco alguns dos principais passos para solucionar problemas de ego:
Comunicação transparente
É necessário que a empresa cultive uma cultura de transparência em que os membros da família tenham abertura para compartilhar suas opiniões e anseios sem medos e, a fim disso, a definição de reuniões regulares e de políticas de inclusão é essencial.
Desenvolvimento de habilidades de gestão
Treinamentos focados no aprimoramento da comunicação e na gestão de conflitos são importantes para prevenir que comportamentos nocivos possam atrapalhar o crescimento da empresa.
Definição de papéis e responsabilidades
Papéis e responsabilidades de cada membro da família de acordo com as suas habilidades, experiências e interesses precisam ser definidos de maneira clara para a construção de uma hierarquia que promova a divisão igualitária do trabalho, evitando que os interesses pessoais se sobressaiam.
Construção da mentalidade colaborativa
É primordial que se construa entre os membros da família a mentalidade de que os interesses do negócio devem ser prioritários aos seus, sendo assim, a cultura colaborativa ganha destaque, de maneira que o trabalho em equipe em prol de um objetivo comum em que o reconhecimento se volta a todos os envolvidos é um meio importante de minimizar os riscos do ego ao negócio.
Cultura organizacional sólida
Empresas lideradas pelo ego muitas vezes carecem de uma cultura organizacional sólida e orientada por valores. É essencial que os líderes baseiem suas ações nos valores do negócio, como colaboração e transparência.
O conselho consultivo desempenha um papel crucial no desenvolvimento e fortalecimento da cultura na empresa familiar, assim como possibilita aos líderes a contínua reflexão sobre o propósito da empresa acima de seus próprios interesses.
Práticas de governança corporativa sólida
Políticas claras que incluam o processo de tomada de decisão e mecanismos de resolução de conflitos ajudam a garantir a transparência e para que decisões sejam tomadas com base em critérios objetivos e voltados ao bem comum da empresa.
E por fim, para resolver problemas de ego nas empresas familiares é essencial o compromisso com a contínua construção de relacionamentos saudáveis, para uma cultura positiva e para práticas de gestão eficazes. Com o ego sob controle, a sustentabilidade empresarial é preservada.
Artigo de Marcelo Viana
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