Em um cenário de 90% de empresas familiares no Brasil em que apenas 30% conseguem chegar à terceira geração, existem muitos desafios a serem vencidos.
À frente da T4 Consultoria com ampla experiência na área de consultoria para empresas de controle e Gestão Familiar, abordo sobre as falhas mais comuns na gestão familiar e de que maneira o conselho consultivo contribui para solucioná-las.
Falhas mais comuns na gestão familiar
As particularidades da empresa familiar, decorrentes principalmente dos relacionamentos consanguíneos e das dificuldades em conseguir separar as interações emocionais das profissionais, tornam a gestão ainda mais desafiadora para o setor.
Dentre as falhas mais comuns na gestão familiar, ganham destaque:
Ausência de canais de comunicação eficientes
Uma comunicação falha pode gerar inúmeros mal-entendidos que, quando não solucionados, transformam-se em conflitos. Sendo assim, instaurar canais de comunicação é uma ação essencial para que haja alinhamento quanto aos objetivos e estratégias da empresa.
Reuniões periódicas são recomendadas e o ideal é que sejam mediadas por um profissional de maneira que os membros da família sintam-se livres para compartilhar dúvidas, medos e questões mal resolvidas.
Ausência de limite entre família e empresa
E isso vale não apenas para a ação frequente de não conseguir separar as contas pessoais das da empresa, mas também quanto a permitir que o relacionamento familiar e emocional impacte nas decisões quanto ao futuro do negócio.
Conflitos familiares
Conflitos familiares estão entre as falhas mais comuns na gestão familiar e podem prejudicar a coesão e eficiência da empresa, afetando diretamente a tomada de decisões do negócio.
Para evitar que os conflitos familiares evoluam para um estágio mais dificultoso de ser solucionado, vale reforçar a importância da abertura nos canais de comunicação da empresa, assim como a sensibilização dos membros do negócio a começar pelos sócios para que exponham as questões mais delicadas que precisam ser solucionadas.
Ausência de profissionalização na gestão familiar
Um dos problemas mais comuns enfrentados por empresas familiares é a falta de profissionalização. Isso resulta em uma série de problemas que não apenas dificultam o crescimento no mercado, mas também colocam em risco a longevidade do negócio a longo prazo. Alguns dos principais problemas incluem:
- Ausência de planejamento sucessório – o que leva muitas empresas a uma transição sucessória malsucedida, afetando diretamente o ambiente de trabalho e o processo de tomada de decisões;
- Falta de governança corporativa – a ausência de estruturas formais de governança resulta principalmente em decisões sem critério lógico, assim como a falta de prestação de contas e exercício da transparência;
- Falha na gestão de talentos – dentre as falhas mais comuns na gestão familiar está a preferência do negócio por membros da família em posições na empresa para a qual não estão preparados do ponto de vista técnico e comportamental, o que compromete a eficiência operacional e expansão do negócio;
- Resistência à mudança – dentro de uma estrutura empresarial baseada na informalidade, é comum que haja resistência às mudanças, sendo assim, torna-se indispensável a sensibilização inicial dos sócios da empresa para que os demais profissionais sejam engajados para a mudança.
Transformação na gestão familiar começa pelo conselho consultivo
Na maioria das empresas familiares, a profissionalização da gestão geralmente começa com a adoção de um conselho consultivo. O conselho atua como um órgão externo especializado em gestão, fornecendo orientação estratégica para promover o crescimento e a inovação do negócio.
No entanto, um dos principais desafios enfrentados pelos conselheiros está relacionado à resistência e insegurança dos sócios em permitir que profissionais externos assumam um papel ativo na gestão da empresa.
A implementação do conselho é necessária para:
- Reforço da missão e valores da empresa;
- Alinhamento estratégico;
- Promover uma visão ampla da realidade da empresa, assim como de ações necessárias de longo prazo;
- Aprimora a qualidade dos relatórios gerenciais;
- Ajuda no monitoramento da implementação estratégica;
- Facilita a comunicação entre os sócios;
Entre outros benefícios
Além de apoiar melhorias na gestão familiar, o conselho consultivo também tem poder deliberativo sobre:
- Planejamento estratégico;
- Gerenciamento de riscos;
- Planejamento orçamentário;
- Inovação em transformação digital;
Entre outros.
E, além disso, também favorece o aumento da maturidade e valor da empresa e orienta ações em prol de sua longevidade no mercado.
Um dos principais pilares que torna um conselho consultivo eficiente é a independência, sendo assim, é importante contar com profissionais externos que tenham essas importantes habilidades:
- Experiência em gestão e liderança;
- Postura íntegra;
- Habilidades de negociação e comunicação.
É altamente recomendado formar um conselho diversificado, composto por profissionais de diversas áreas e com conhecimentos variados, para fornecer uma variedade de perspectivas ao negócio.
Quando uma empresa familiar busca expandir, é o momento adequado para acionar o conselho consultivo, pois ele se torna o meio mais eficaz para impulsionar o crescimento e garantir a sustentabilidade empresarial.
Artigo de Marcelo Viana
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