Transmitir um legado sólido é o desejo de toda empresa familiar brasileira e para alcançar o objetivo, a profissionalização dos sócios é o principal caminho para a vivência de uma governança corporativa sólida e para nortear a gestão empresarial.
A pesquisa A Governança Corporativa nas Empresas Familiares Brasileiras, divulgada pelo ACI Institute e pelo Board Leadership Center da KPMG, mostrou que 53% dos líderes familiares reconheciam as boas práticas de governança corporativa como fundamentais para o sucesso da empresa.
À frente da T4 Consultoria, com ampla experiência na área de consultoria para empresas de controle e Gestão Familiar, abordo sobre as principais razões para profissionalizar os sócios das empresas familiares para a vivência eficaz das práticas de governança corporativa.
Principais fatores de gestão e comportamento que indicam a necessidade da profissionalização dos sócios das empresas familiares
A má gestão de uma empresa familiar é caracterizada por alguns fatores, como:
- Ausência de organograma - ou da definição de papéis e responsabilidades de cada membro da família dentro da empresa;
- Conflitos de interesse - em que as questões de relacionamento familiar interferem na gestão do negócio;
- Alta taxa de rotatividade de profissionais – resultado em muitos casos da desmotivação das pessoas ligada à falta de equidade no tratamento dos profissionais em comparação aos membros da família;
- Falta de controle financeiro – sendo a dificuldade de separar as contas pessoais das contas da empresa, um dos principais agravantes;
- Ausência de planejamento estratégico - que leva a empresa a uma posição passiva, apenas reagindo aos acontecimentos externos;
- Atraso no planejamento sucessório – que geralmente decorre da dificuldade da empresa familiar em descentralizar as decisões da figura do fundador para os demais profissionais que possam desempenhar o papel;
Entre outros fatores.
Para melhor compreender sobre os papéis desempenhados por cada membro do negócio, geralmente é utilizado o Modelo de Três Círculos representado pela tríade propriedade, família e empresa. Desenvolvido por Kelin Gersick, John Davis, Marion Hampton e Ivan Lansberg, esse conceito visa ajudar a entender os diferentes papéis assumidos por indivíduos envolvidos em uma empresa familiar, sejam eles membros da família ou não.
Questões comportamentais são tão relevantes para a compreensão da realidade da empresa quanto para a definição de onde se pretende chegar. Os problemas comportamentais mais recorrentes em empresas familiares são:
- Decisões baseadas em questões emocionais devido aos relacionamentos familiares;
- Crises de família que impactam na gestão da empresa;
- Sócios desalinhados com o propósito de profissionalização do negócio;
- Privilégios a um pequeno grupo baseados em critérios pessoais como “maior tempo de casa”;
- Fundador se decidir pelo sucessor/herdeiro que mais se assemelha ao seu modelo de gestão;
Entre outros.
Profissionalizar os sócios das empresas familiares é a maneira mais efetiva de equilibrar os relacionamentos, de vivenciar a governança de maneira sólida, proteger o patrimônio e a reputação da empresa e, para este fim, adotar o conselho consultivo é uma ação fundamental.
Principais vantagens ao profissionalizar os sócios das empresas familiares
Uma vez implantado o conselho consultivo, é o momento de seguir na jornada da profissionalização da gestão familiar a começar pela sensibilização dos sócios da empresa, o que confere as seguintes vantagens à empresa:
1. Eficiência operacional - Os processos na empresa se tornam mais claros e eficazes a todas as equipes partindo do alinhamento de comunicação e objetivo dos sócios;
2. Clareza na compreensão da realidade e de objetivos futuros - Quando a empresa conta com a expertise de profissionais externos habilitados passa a ter uma visão mais objetiva sobre o negócio, o que previne conflitos de interesse e tomadas de decisão baseadas em emoções;
3. Conhecimento especializado - O conselho consultivo reúne profissionais com conhecimentos específicos dentro das áreas em que o negócio carece de técnica, o que se torna imprescindível para o crescimento da empresa;
4. Planejamento sucessório - A profissionalização dos sócios das empresas familiares é crucial para o planejamento da sucessão o que garante uma transição de gestão mais tranquila, minimizando o impacto dos conflitos familiares;
5. Favorece o crescimento sustentável - Uma empresa familiar que atua de maneira profissional também desfruta do crescimento sustentável por meio de estratégias de longo prazo e de ações de gerenciamento de riscos;
6. Governança corporativa sólida - A profissionalização dos sócios também se traduz na vivência efetiva da governança corporativa o que leva à maior transparência e responsabilidade empresarial;
7. Melhora a retenção de talentos – A padronização nos processos internos gera nos colaboradores maior confiança, motivação e sentimento de equidade nos relacionamentos;
8. Favorece a inovação – O conselho consultivo contribui com novas ideias e perspectivas o que estimula a inovação e a capacidade de adaptação às mudanças no mercado;
9. Fortalecimento da cultura organizacional – A profissionalização dos sócios da empresa familiar também ajuda a promover uma cultura empresarial saudável norteada pela transparência, igualdade nos relacionamentos, assim como pelo propósito e valores do negócio.
Vale enfatizar a importância de que os sócios da empresa permitam a atuação do conselho consultivo e não imponham resistências quanto às mudanças necessárias para garantir a contínua relevância e sucesso do negócio no mercado.
Crescer de maneira sustentável é impossível sem a profissionalização da gestão e esta, por sua vez, só pode ser realizada de maneira bem-sucedida com o apoio dos sócios da empresa. Sócios, não resistam à mudança e garantam ao negócio um legado sólido.
Artigo de Marcelo Viana
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